22 novembro, 2006

Microsoft minimiza ameaça do Google ao Office

SEATTLE (Reuters) - Um dos dois novos diretores da equipe do software Office na Microsoft desconsiderou a ameaça dos aplicativos de processamento de texto e planilhas que o Google está oferecendo na Web, dizendo que eles não devem atrair clientes empresariais.

Antoine Leblond, que se tornou co-líder do grupo do Office em junho, disse que o Google é apenas o mais recente em uma longa lista de desafiantes ao pacote de aplicativos Office, que inclui o processador de texto Word, o programa de planilhas Excel, o programa de email Outlook e o programa de apresentações PowerPoint.

"O argumento simples de que 'isso é bom o bastante para 90 por cento do que fazemos' já fracassou inúmeras vezes", disse Leblond à Reuters em entrevista. "Quando se trata de atividades e componentes essenciais para a maneira pela qual as pessoas conduzem seus negócios, as exigências são maiores."

Leblond e Kurt DelBene assumiram o comando do grupo do Office depois que Steven Sinofsky foi transferido para a liderança do grupo do Windows. Leblond supervisiona aquilo que ele define como aplicativos "velha guarda" como o Word, Excel e PowerPoint, enquanto DelBene supervisiona o novo software de colaboração online SharePoint e outros programas disponíveis via servidor.

A Microsoft lançará uma nova e muito aguardada versão do Office para clientes empresariais na semana que vem, acompanhando o sistema operacional Windows Vista, cujo desenvolvimento levou mais de cinco anos. Os produtos são o núcleo de um amplo ciclo de atualização de software, cujo objetivo é restaurar o nível de crescimento da gigante do software.

A Microsoft acredita que os novos serviços disponíveis via Web trabalharão em conjunto com software instalado em computadores, visão que difere da oferecida por defensores da escola "software como serviço", tais como a Salesforce e o Google, que esperam que serviços disponíveis via Web venham um dia a substituir programas instalados em computadores locais.

Há muito em jogo, se for levado em conta que o Office responde por cerca de um terço do faturamento e metade do lucro da Microsoft, e especialmente porque a empresa não conseguiu reproduzir na Internet o sucesso que obteve com os computadores pessoais.

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