16 novembro, 2006

Clientes de fibra óptica excedem meio milhão em 2005

A afirmação é de Shinya Kukita, director da multinacional NEC Corporation, que falava no XVI Congresso das Comunicações, organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

Shinya Kukita salientou o enorme crescimento nos últimos cinco/seis anos da penetração da banda larga no Japão, um dos países onde o preço desta tecnologia é mais baixo, revelando que há actualmente cerca de 15 milhões de famílias com banda larga de tecnologia DSL e 5 milhões com fibra óptica.

Aquele director da NEC salientou que os clientes habituaram-se à banda larga e vão pedindo acessos cada vez mais rápidos e os operadores oferecem serviços cada vez mais sofisticados, que precisam de maior largura de banda.

Kukita sublinhou que as companhias de electricidade estão a olhar para o mercado de telecomunicações e a estudar a entrada nesse mercado para rentabilizarem as suas infra-estruturas de fibra óptica, enquanto os operadores de comunicações fixas estão a acelerar o caminho para a fibra óptica para disponibilizarem redes de nova geração (NGN) e saírem do serviço analógico.

Destacou que há operadores que têm como meta ter toda a sua rede em fibra óptica até 2010.

Hans Erhard Reiter, presidente executivo da Ericsson em Portugal e dirigente da APDC, afirmou que, tendo em conta que a velocidade de acesso à Internet se multiplicou por 100 numa década, será provável que, em 2015/2020, tenhamos uma velocidade de acesso de 1 gigabit por segundo (Gbps), que poderá ser insuficiente.

Luís Magalhães, presidente da UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento, apontou como facilitadores da sociedade da informação em Portugal a gran de penetração dos telemóveis, uma previsível massificação da televisão digital terrestre (TDT) quando esta surgir e o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação (TIC) para inclusão digital de grupos especiais.

Afirmou ainda que as TIC têm em Portugal várias aplicações avançadas com utilização de massas, citando a Via Verde, em que Portugal detém a liderança europeia, o Multibanco ou a rede de Lojas do Cidadão.

Falando no painel de debate sobre cidades de banda larga, Luís Magalhães disse que Portugal tem actualmente 26 projectos de cidades e regiões digitais que abrangem três quartos da população e em breve terá 31 projectos que abarcarão 90% da população.

Para o presidente da UMIC, o problema da utilização de Internet em Portugal está ligado à fraca escolaridade, tendo Portugal um mau registo entre os utilizadores com escolaridade obrigatória ou menos, que são a maioria.

Já no caso dos utilizadores que completaram a educação secundária (mas não superior) Portugal está em quarto lugar na União Europeia a 15, e no que se refere às pessoas com educação superior Portugal ocupa a sétima posição.

Esme Vos, fundadora do site muniwireless.com, afirmou que nos Estados Unidos, onde os acessos em banda larga são geralmente muito caros, várias cidades desenvolveram projectos de redes locais de banda larga, geralmente com base na tecnologia sem fios Wi-Fi, com diversos modelos de negócio.

Afirmou também que há situações em que a cidade apoiou a construção de uma rede por um operador, com a condição de este abrir a rede a competidores para permitir a concorrência, outras em que se fornece o serviço gratuitamente aos cidadãos, ficando a página Internet em permanência com uma parte de publicidade ou se disponibiliza o serviço mediante um pagamento mensal sem publicidade.

A oradora sublinhou que a intenção das redes municipais de banda larga nos Estados Unidos é disponibilizar o serviço a um preço acessível ou mesmo gratuitamente.

No mesmo evento, Vladimiro Feliz, director da Câmara do Porto, apresentou o projecto Porto Digital e afirmou que as infra-estruturas de TIC, a criatividade, a inovação e o empreendedorismo são elementos centrais de desenvolvimento.

Vladimiro Feliz sublinhou igualmente que os acessos à Internet a alta velocidade são fundamentais para atrair população jovem e qualificada e investimentos de elevado valor acrescentado, indicando que a médio e longo prazo o objectivo é dinamizar a oferta de banda larga em toda a área metropolitana do Porto.

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