15 outubro, 2006

Trabalhador mata 1 hora no emprego para usar a internet

Na era virtual, o jeitinho brasileiro persiste. Cerca de 80% dos funcionários em escritórios no Brasil matam uma hora de trabalho por dia surfando na internet em sites não relacionados a seu emprego. De acordo com pesquisa realizada pela empresa de software de segurança Websense, os trabalhadores gastam 4,7 horas por semana usando a internet para fins pessoais. Durante as escapadinhas, os sites mais acessados são os de notícia, que são vistos por 74% dos trabalhadores. Outros endereços bastante populares são os financeiros, como internet banking, conferidos por 56% dos internautas. E-mails (32%) e sites de comércio eletrônico (30%) também estão na lista dos funcionários. - No Brasil, 64% dos trabalhadores preferem abrir mão do intervalo para o cafezinho e ficar mais tempo na internet - diz o gerente de desenvolvimento de canais para a América Latina da Websense, Marcos Prado. Os brasileiros são os últimos na fila dos que acessam sites pornográficos pelo computador da empresa. Apenas 12% deles admitem ter feito a visita. Eles são seguidos pelos chilenos (12%), mexicanos (16%) e colombianos (22%). Para Sidnéia Palhares, gerente de produto efetivo da Gelre, agência de seleção e empregos, o uso da internet pode atrapalhar a produtividade no trabalho. - É preciso ter bom senso. Existe o profissional que sabe administrar seu tempo e aquele que abusa - opina. Sidnéia diz que muitas empresas restringem o uso da internet, bloqueando sites. As companhias também controlam o conteúdo dos e-mails corporativos. - Não é que alguém fique lendo e-mail por e-mail, mas caso haja alguma investigação sobre a conduta daquele funcionário, será possível ter acesso ao que ele escreveu - afirma. O estagiário em administração José Gabriel de Freitas fica duas horas por dia na internet em páginas que não têm a ver com seu emprego. Ele acessa e-mail pessoal, o site Orkut, fotologs, endereços de balada e chega até a fazer pesquisas para a faculdade. - Não consigo ficar sem fuçar na internet - diz. Assim como Fábio, muitos brasileiros são viciados na web. No Brasil, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mantém desde 2005 um núcleo para tratar do vício, dentro do Programa de Orientação e Atendimento de Dependentes (Proad) do Departamento de Psiquiatria. A psicóloga do Proad, Thais Maluf, explica que o que caracteriza a dependência não é o número de horas que uma pessoa passa conectada à internet, mas, sim, como este comportamento afeta sua vida. - Se a pessoa começa a deixar de fazer outras coisas para ficar na internet, isso é um indício de dependência - afirma. Passar mais tempo do que gostaria na internet e perder a noção do tempo quando está conectado são alguns dos sintomas do vício.

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