16 outubro, 2006

Google transforma-se num jovem império

Googol. Não é um erro de escrita. É mesmo a origem do nome do motor de busca na Internet Google. O que significa? É a designação matemática para um número começado por 1 e seguido por cem zeros. Difícil de imaginar... Toda a vida do Google - que nasceu em 1998, pelas mãos de Larry Page e Sergey Brin, que têm hoje 33 anos - está pensada em torno da matemática, sendo os cem zeros ilustrativos da sua missão: organizar a imensa quantidade de informação disponível na Internet. Começou por ser apenas um motor de busca, cujas receitas assentavam na publicidade, mas assumindo sempre que não haveria pop-ups (janelas que se abrem quando é acedida uma determinada página) associado aos seus sites. Hoje é muito mais do que isso e promete continuar a crescer, já não guiado por fórmulas matemáticas, mas por critérios económicos. Em menos de quatro anos de actividade, o Google tornou-se rentável e hoje é já a maior empresa de Internet na bolsa e garante lucros superiores a mil milhões de dólares. O seu valor de mercado é de 100 mil milhões de euros, ou seja, 71% do produto interno bruto (PIB) português, estimado em 140 mil milhões de euros. Ainda longe dos 220 mil milhões da Microsoft, criada há mais de 30 anos, mas a aproximar-se da IBM, que tem um valor de mercado de 102 mil milhões de euros, apesar da diferença abismal de negócios. O Google teve, em 2005, um volume de negócios de 6,138 mil milhões de dólares (ao câmbio actual 4,9 mil milhões de euros), a Microsoft superou os 44 mil milhões de dólares e a IBM tocou os 91 mil milhões. Na comparação com a General Electric... a capitalização deste conglomerado é de 160 mil milhões de euros, o volume de negócios de 149,7 mil milhões de dólares. E em relação aos seus parceiros da Internet? O Yahoo tem um valor de mercado de 27 mil milhões de euros e o eBay (originalmente um portal de leilões), que adquiriu o Skype (serviço telefónico via Internet), de 33 mil milhões. E as receitas respectivas de 5,2 e 4,6 mil milhões de dólares. Até onde chegará o Google? A questão coloca-se com maior aquidade depois da compra do YouTube (um site que permite a partilha, colocação e visionamento de vídeos) por 1,3 mil milhões de euros. Foi o assumir pelo Google de que há coisas que são melhores vindas de fora. Ainda assim, a empresa continua a dar aos seus colaboradores, que já são perto de seis mil, a liberdade de tirarem algum tempo para trabalharem em projectos criativos próprios, que podem resultar em produtos Google. Esta aquisição trouxe à memória o final da década de 90, altura em que qualquer projecto de negócio baseado no que se chamou a nova economia (Internet, media e tecnologias) era comprado a preços até então impensáveis. Foi o momento da aquisição da Time Warner, o gigante de media, pela AOL, numa operação de 166 mil milhões de dólares, que ainda hoje está no ranking das maiores fusões. Passada a euforia, a AOL passa a ser uma unidade integrada na Time Warner. Aconteceria o mesmo à Google daqui a uns anos? Seria integrada no YouTube? Ou o MySpace, adquirido no ano passado pela NewsCorp, acabaria por comprar o império de Murdoch? Há análises que admitem que em três anos o MySpace (site de partilha de vídeos) valeria 15 mil milhões de dólares. Foi adquirido por 580 milhões... Outros casos são apontados. A compra da Pixar foi a tábua de salvação da Disney, que despendeu seis mil milhões para ficar com a empresa criada por Steve Jobs?

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