15 outubro, 2006

Profissionais vão precisar de capacitação para lidar com TV Digital

O presidente da Sociedade de Engenharia de Televisão (SET), Roberto Dias Lima Franco, disse à Agência Brasil que é “muito adequado” o cronograma de implantação da TV Digital no Brasil, publicado no Diário Oficial da União. Alertou, no entanto, para a necessidade de capacitação de pessoal para acompanhar o processo. Franco, que também é coordenador-geral da Câmara Executiva de TV Digital, afirmou que o próprio Decreto 5.820, que instituiu o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD-T), prevê que o Ministério das Comunicações fixe um plano de introdução do sistema que respeite o potencial econômico das regiões. O cronograma, definido pelo ministério, estabelece os prazos máximos de cada uma das entidades envolvidas, as geradoras e retransmissoras da capital e do interior. “A portaria oferece o direito do radiodifusor de iniciar os serviços, e ao mesmo tempo estabelece um limite para que ele cumpra com a obrigação de migrar para o digital”, explicou Roberto Franco. O presidente da SET observou que cabe ao governo, ao setor privado, englobando indústria e radiodifusor, e o próprio interesse do telespectador, começar a definir o cronograma físico de implantação (da TV digital), “ou seja, o cronograma real de disposição e de condições sócio-econômicas para ir “startando”(iniciando) o processo”. Esse cronograma físico já começou a ser discutido, mas sua construção resultará de consenso entre todas as partes, observou Roberto Franco. Os radiodifusores, junto com as indústrias de transmissores e de receptores, com apoio dos representantes do governo na Câmara Executiva de TV Digital, colocaram dezembro de 2007 como data meta para iniciar as transmissões em São Paulo. Franco disse que essa data antecede em muito o prazo estabelecido na portaria que, envolvendo a consignação do canal hoje mais apresentação de projetos e implantação, chegaria a até outubro de 2009. O presidente da SET advertiu que antes de se levar o sistema digital para as outras cidades brasileiras é preciso coordenar a implantação, “porque não adianta implantar em diversos locais do Brasil ao mesmo tempo sem antes ter o maior domínio da tecnologia, sem capacitar pessoas”. É preciso, segundo indicou Franco, que o radiodifusor capacite suas unidades produtoras a produzir conteúdo que agregue valor e treine seus técnicos para prestar um serviço adequado, tirando simultaneamente todas as provas do sistema para evitar que problemas detectados no primeiro momento possam ser reproduzidos de maneira dispersa. A partir da escolha da capital paulista como primeiro ponto das transmissões da TV Digital, o número de pontos será aumentado, oferecendo ganhos em termos de velocidade, explicou. A Câmara Executiva de TV Digital já tem um grupo trabalhando especificamente com capacitação de recursos humanos, informou Roberto Franco.

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