15 outubro, 2006

Conversor de R$ 100 para sinal de TV digital ainda é caro, avalia acadêmica

O custo de aproximadamente R$ 100 do aparelho de conversão do sistema analógico de televisão para o digital, estabelecido pelo Ministério das Comunicações, fará com que muita gente não possa comprar o equipamento. A avaliação é da diretora acadêmica adjunta da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), Claudia Werner, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “A questão da inclusão já começa a ficar relativa, porque um sujeito que ganha um salário mínimo não vai poder dar R$ 100 para comprar uma caixinha como aquela”, disse hoje (11) à Agência Brasil. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou ontem que o preço do conversor, cerca de R$ 100, “é mais barato do que ter que trocar o televisor”. Em março, o ministro disse que linhas de financiamento estavam sendo estudadas. "No Banco Popular, por exemplo, o terminal para fazer a conversão poderá ser financiado por R$10 por mês. Estamos oferecendo um crédito para que todo brasileiro que tem um televisor em casa possa comprar o terminal". Werner disse que os preços sugeridos pelo mercado oscilavam de R$ 50 a R$ 400, dependendo das capacidades do conversor. Ela frisou que R$ 50 seria o valor desejado, mas esse seria um aparelho sem grandes funcionalidades ou aplicativos, “o mais simples possível”, capaz apenas de converter o sinal – apelidada de “caixinha burra”. Um conversor mais completo permitiria inclusive algum tipo de interatividade, como já ocorre com canais a cabo ou a internet. Uma caixa com mais funcionalidades é que encarece o equipamento, explicou Werner. A diretora da Coppe avaliou que o custo estimado pelo ministro Hélio Costa é um meio termo entre a “caixa burra” e uma de melhor performance.

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