05 novembro, 2006

Novo Linux na praça !!!

O Freespire é uma nova alternativa ao Linspire. Quão bem ele se sai contra o Dapper Drake da Ubuntu? Primeiro havia o Lindows, o Linux que iria fazer o nosso dinheiro valer a pena, já que executava todos os aplicativos do Windows. A idéia não foi exatamente um sucesso - menos ainda o nome do projeto. Então chegou o Linspire, uma versão recente do que já não era muito inspirador. Os criadores do Linspire lançaram o Freespire 1.0, uma distribuição sem custos que soava como uma resposta direta às outras versões gratuitas de Linux como o Ubuntu, Fedora da Red Hat e o openSUSE da Novell. Os adeptos do Freespire acham que ele está um nível acima por, pelo menos, 15 razões diferentes. No teste, achei o Freespire um lançamento mais convincente do que o Linspire, mas gostei muito do Linux Ubuntu. Para os usuários de desktop, a Ubuntu é simplesmente a versão a ser vencida – e o Freespire não chega à altura. Primeiras impressões Para iniciar o Freespire, faça o download do símbolo ISO de seu disco de instalação, grave-o e faça a inicialização (da mesma forma do Ubuntu, Fedora ou openSUSE). Você vai chegar a um menu de boot com o instalador do Freespire como primeira opção. Na minha primeira vez, não consegui completar o processo de instalação e parei quando o Freespire perguntou onde ele deveria ser armazenado. O instalador queria pegar todo o meu HD e descartar a cópia do Windows XP da minha máquina de teste. Ao que tudo indica, diferente dos instaladores Ubuntu e openSUSE, o Freespire não consegue encolher a partição do Windows para obter mais espaço no disco rígido. Então eu reiniciei e selecionei a terceira opção no menu de boot do CD do Freespire. Isso carrega o GParted, uma ferramenta de código aberto que tem a ambição de ser uma alternativa gratuita ao Partition Magic. Usei a ferramenta para encolher minha partição Windows e adicionar duas partições Linux (uma para o próprio sistema operacional e outra para “trocar” partições para obter memória virtual). Se não fossem os meus anos de experiência com o Linux, eu não teria idéia do que fazer aqui, então creio que é estranho que a turma do Linspire, que lançou uma versão do Linux “para as massas”, não ensinou ao instalador como cuidar do particionamento para facilitar a vida dos novatos que não podem lidar com isso sozinhos. Ao reiniciar novamente e retornar ao instalador do Freespire, descobri que ele também não sabia o que fazer com a placa de som da minha máquina, uma Dell Dimension 8100. Eu nunca consegui obter som na máquina enquanto executava o Freespire (com o Ubuntu, por outro lado, o som ficou muito bom). A instalação levou 10 minutos e foi bem suave, como é esperado nos programas de instalação do Linux hoje. No fim do processo você chega a uma tela com a instrução para retirar o disco de instalação e pressionar Enter para reiniciar o sistema. O desktop do Freespire Depois de reiniciar, você vai ver na área de trabalho do Freespire, um ícone do KDE versão 3.3.2. Enquanto você lê isso, a equipe KDE está preparando uma versão 3.5.4, parece que o Freespire já está um pouco atrasado. O GNOME não é uma opção neste ponto, nem outros menores ambientes de desktop como o XFCE, preferido por alguns usuários. A Freespire declara que uma variação GNOME chegará em breve. O KDE é um ambiente bom, e os refugiados do Windows talvez o considerem mais familiar do que o GNOME, então não dá para reclamar da escolha do Freespire, a menos que você já seja um fã do GNOME ou possuir uma máquina (com um processador lento ou falta de RAM) que precise de uma interface leve como o XFCE. Os aplicativos estão presentes, como o OpenOffice.org 2.0, assim como o FireFox e o Gaim, messenger de código aberto. Para imagem e som, o Lsongs e o Lphoto (feitos para o Linspire) já vêm instalados. Ambos os aplicativos são bons, mas não cheios de atributos e ainda estão na versão 1.0. Eu recomendaria instalar o Amarok para músicas e o F-Spot para lidar com as fotos. Os dois estão disponíveis via CNR, a interface de gerenciamento web do Linspire. O CNR costumava ser um serviço taxado. Eu fiquei surpreso quando o Linspire anunciou que o CNR se tornou um serviço grátis. Agora só se paga para baixar e instalar aplicativos comerciais. Eu esperava ver grandes melhorias no CNR desde a última vez em que o usei, em 2005. Mas a única diferença que notei foi a falta das etiquetas de preços. Eu não experimentei os quesitos de estabilidade anunciados. Usei o CNR para instalar o Streamtuner, um sintonizador de rádio Internet sem o qual não consigo viver (e não existe nenhum semelhante conhecido para o mundo Windows e nem para Mac OS). O Stremtuner em si carregou sem problemas, mas ele fica sobre outro aplicativo, o XMMS, para realmente emitir música pelos alto-falantes. O CNR não sabia dessa dependência e não instalou o XMMS. Minha busca inicial pelo XMMS no CNR deu em nada. Somente depois de uma boa olhada eu descobri que o pacote XMMS foi rebatizado de ‘MP3 Player’ no CNR. Isso pode ser útil se você souber que espécie de aplicativo você está procurando e não sabe seu nome, mas quando você sabe o nome do aplicativo que, isso é loucura. Eu não quero deixar a impressão que o CNR é de difícil uso. É relativamente simples e claro. O que eu não consigo entender é como alguém pode argumentar que o CNR é mais fácil de usar do que, o Gnome-App-Install, acessado pelo item Adicionar/Remover Programas no meu Aplicativos do Ubuntu. Quando se vai direto ao ponto não há comparação: o pacote de gerenciamento do Ubuntu é mais fácil e atraente. Complementos incluídos Como já foi dito antes, versões não comerciais do Linux como o Ubuntu, Fedora e openSUSE vêm sem certos complementos: você tem que adicionar suporte para vários formatos multimídia. Esse não é o caso do Freespire, e é neste ponto que se encontra maior diferença entre ele e seus concorrentes. A Linspire possui acordos com corporações detentoras de diversos componentes de sistema pagos, permitindo que o Linspire ofereça esses componentes no seu disco de instalação ao invés de esperar que os usuários os instalem eles mesmos. O Freespire suporta MP3, Windows Media, Real e arquivos Quick Time, além de Java. A única ausência é o suporte para DVD. O site do Freespire avisa aos visitantes que é possível obter o suporte de DVD de um “DVD player legalmente licenciado disponível via CNR por um preço mínimo”. Então eu fui procurar no CNR, e a única opção que consegui achar foi o PowerDVD, uma programa comercial de US$ 50. Sinceramente, fico com uma sensação estranha quando vejo os desenvolvedores do Linspire aderirem aos valores do código aberto mais do que jamais o fizeram. O Freespire não vai me fazer abandonar o Linux Ubuntu – nem eu encontro algo no Freespire que o faça superar o Fedora ou o opnenSUSE na escala Linux. Nada do Freespire 1.0 é particularmente deficiente, mas ele ainda tem muito que melhorar antes de se sobressair ao seus competidores.

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