Esqueçam as telas de TV planas de dimensões gigantescas e os celulares sofisticados. Na maior feira de tecnologia japonesa, Wataru Tatebayashi, 35, estava apontando sua câmera na direção das modelos em minissaias que se alinhavam em frente dos aparelhos para demonstrar os produtos aos visitantes."Algum dia essas fotos valerão bom dinheiro", disse ele, posicionando o tripé. "Vou publicar algumas no meu blog, mas as melhores ficarão para mim, e para quando essas mulheres se tornarem famosas." Para fãs como Tatebayashi, as modelos que posam ao lado de alguns dos produtos eletrônicos japoneses mais avançados têm muita razão de ser.
As mulheres em minissaias são o motivo para que ele tenha tirado a tarde de folga no trabalho e enfrentado um tufão para levar suas melhores câmeras ao centro de convenções, a duas horas de trem de sua residência, na região oeste de Tóquio.
"É um investimento de longo prazo", disse. "Além disso, algumas delas podem se tornar minhas amigas."
Para as mulheres, igualmente, eventos como a CEATEC, maior feira anual de eletrônica japonesa, muitas vezes representam mais do que um trabalho temporário e bem pago.
Mitsuki Hoshikawa, 21, que estava trabalhando no estande da Digital Living Network Alliance, interrompia o trabalho dos fotógrafos para informá-los de que começaria um blog no mês que vem.
"Por favor, visitem meu site!", ela pedia, escrevendo seu nome nos panfletos da feira.
A agência de Hoshikawa, Style Corp, pagará pelas operações de seu blog se ela conseguir provar que tem um bom número de admiradores, disse a modelo.
"Preciso de mais fãs, para conseguir mais trabalhos, e um dia me tornar uma rainha dos eventos", disse.
Hoshikawa não revelou seu cachê pela feira, mas disse que as modelos mais conhecidas recebem mais ofertas de trabalho das grandes empresas de eletrônica e ganham quatro ou cinco vezes mais por evento.
Ela apontou para o estande vizinho, onde uma dessas "celebridades" de seu ramo, Rika Ando, caminhava diante das telas de plasma de 103 polegadas da Matsushita Electric Industrial.
Mas em meio a tanta badalação surge um problema. E o risco de perseguição?
Hoshikawa pensou, e apontou para as demais modelos diante dos estandes: "Nós cuidamos umas das outras."
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