07 outubro, 2006

Internet mundial funcionaria mesmo sob ataque em massa, diz estudo.

Estudo da Universidade do Ohio classifica web mundial como à prova de terrorismo, com conseqüências apenas na velocidade do tráfego.

Simulação conduzida pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, afirma que a internet continuaria a funcionar ainda que diversos pontos de sua infra-estrutura fossem destruídos simultaneamente, em um suposto ataque terrorista. No cenário, o único problema seria a queda na qualidade da conexão já que a troca de clipes de vídeo ou músicas seria prejudicada. E-mails e documentos leves, no entanto, continuariam a trafegar sem problemas. “A força da internet está em seus números. Há tantas conexões dentro dela que seria muito difícil localizar alvos suficientes, e alvos certos, para poder provocar danos sérios na estabilidade da rede mundial”, disse Morton O’Kelly, um dos autores do estudo e professor de geografia na Universidade do Estado de Ohio. O estudo reforça um dos motivos que estimularam, no fim da década de 1960, a criação da Arpanet, a rede que originou a atual. A idéia era implantar uma rede de comunicação que continuaria funcionando mesmo com a eventualidade de um ataque atômico em parte dela. Na época, o motivador era a Guerra Fria entre norte-americanos e soviéticos, que competiam para ver quem acumulava mais mísseis nucleares intercontinentais. Hoje, o inimigo é outro, mas a proposta original de descentralização foi mantida, para sorte dos internautas. Os pesquisadores desenvolveram simulações em computador em que estudaram um modelo simplificado das redes que formam a internet nos Estados Unidos. Eles usaram cinco dos mais de 30 grandes backbones comerciais no país e três dessas estruturas centrais de distribuição de tráfego que atendem à comunidade acadêmica. Em seguida, foram feitas simulações de falhas em partes da rede, para ver o que ocorreria com a conectividade da internet entre 946 pares de cidades. Para a maioria das cidades, quedas em dezenas de nós específicos não provocaram diferença significativa na estabilidade. Um exemplo destacado foi a dupla Boston-Seattle que, mesmo separadas por um grande espaço geográfico, ficaram em 147º lugar na lista dos 946 pares em relação à confiabilidade. A razão para a manutenção do tráfego resvala no elevado número de caminhos online diferentes que ligam as duas cidades. Ainda que diversos deles fossem interrompidos, os sinais digitais usariam rotas alternativas para trafegar entre os estados de Massachusetts e Washington. “Não estamos dizendo que um grande dano não possa ser feito, mas que essa possibilidade é muito remota”, disse O’Kelly. Os resultados do estudo foram publicados no periódico Environment and Planning B (volume 33).

*com informações da Agência Fapesp.

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