05 outubro, 2006

EM BH, ''ARTE.MOV'' MOSTRA CRIAÇÃO AUDIOVISUAL EM PEQUENAS TELAS

É um encontro para a experimentação. O ''arte.mov'', festival internacional de mídias móveis, reúne, de 5 a 8 de outubro em Belo Horizonte, especialistas e artistas do audiovisual exibido em telas pequenas. São mostras, palestras e workshops sobre filmes que rodam em celulares, computadores de mão e aparelhos como iPods.

''Queremos explorar as possibilidades mesmo sabendo que, no momento, o celular é insuficiente como meio para a arte; mas isso aconteceu com a TV também, quando ela começou'', explica Lucas Bambozzi, que divide a curadoria do evento com Marcos Boffa e Rodrigo Minelli.

''Temos que nos livrar de preconceitos. Sei que o celular é um gadget, um objeto de consumo, mas não queremos absolutamente estimular isso, senão mostrar esta possibilidade de divulgação da arte'', argumenta Bambozzi, que curou o Sonar Sound SP 2004, o Nokia Trends 2005 e o Motomix 2006. Além de mostras informativas, em projeções em tela e em celulares conectados a uma rede bluetooth, haverá palestras, debates e oficinas sobre o ''circuito'' artístico em pequenas telas, além de uma mostra competitiva, que teve mais de 400 trabalhos inscritos. As dez melhores obras, que têm obrigatoriamente entre 30 segundos e dois minutos de duração, serão premiadas com aparelhos celulares e dinheiro. O primeiro colocado vai embolsar R$ 6 mil.

Nos debates, além da artista e pesquisadora Giselle Beiguelman, que conta ao público como vem moldando seu trabalho a novas mídias - como os projetos de tecnologia sem fio e em celulares -, o encontro traz ao Brasil experts internacionais. Drew Hemment, fundador e diretor do festival Futuresonic, discute o conceito de ''locative media''; Patrick Lichty debate as possibilidades de transformação social geradas por novas tecnologias, e Lassi Tasajärvi discute a distribuição digital.

Mas o que o público pode esperar das mostras? ''Dá para salientar alguns pontos: [foram filmadas] situações íntimas, dentro de casa, dentro do quarto e pessoas próximas. Dá para ver uma busca pela simplicidade, a vontade de passar uma mensagem'', conta Bambozzi.

Ao opinar sobre o que levaria o público a recorrer a uma tela de celular para apreciar arte, o curador lembrou da internet. ''No começo, a rede era ridicularizada por cineastas. E hoje temos o You Tube, por exemplo. A tecnologia [do celular] está aí e não vai regredir'', avisa.

arte.mov Quando: 5 a 8 de outubro; clique para ver programação completa Onde: Conservatório UFMG. Av. Afonso Pena, 1534, Belo Horizonte Quanto: grátis Informações: (31) 3218-9300

Nenhum comentário: